domingo, 2 de dezembro de 2018

Considerações sobre a ultima viagem do ano

Nunca uma viagem é perdida e, como sempre digo, você nunca volta a mesma pessoa que partiu.

Este rolê não teve um final glorioso como os demais, mas foi um aprendizado e com certeza somou experiência à minha vida.


14 anos do CARPE DIEN MOTO TURISMO

Não existe Clube perfeito, e nenhum é melhor que o outro, o segredo é você estar naquele no qual você se sente a vontade.

Em 14 anos nosso CDMT tem muita história, passamos por altos, baixo, super baixos mas, como a phoenix que temos no Brasão, renascemos das cinzas, nos reinventamos e nos mantemos na estrada.

O aniversário no Costão do Santinho foi impecável e quem lá esteve jamais o esquecerá.



A festa de confraternização, cujo tema foi CINEMA, foi show e, quem não reconheceu meu personagem, é porque não assistiu sessão da tarde nos anos 80.



Que venham mais 14, 14, 14 e 14 anos.


A MOTO

A VALENTINA, uma DAFRA CITYCOM 300 fez jus ao nome, encarou com valentia uma viagem que muitos achavam que não chegaria a Floripa.

Foi econômica (25km/l em média), alcançava 120 km/h e teve picos de 140 km/l e não é desconfortável, mas tem suas limitações.

Não é a mais indicada para uma viagem mega longa (o que não foi meu caso); eu não finalizei a viagem pilotando por causa do péssimo tempo que tivemos que encarar e alguns pequenos problemas que, se eu tivesse conhecimento técnico, os teria resolvido.

Muito embora nosso relacionamento tenha começado meio turbulento rs, nos acertamos e tocamos juntos o passeio até que com certa elegância e parceria.

O problema, como já relatei anteriormente, foi a falta de potência, a falta de possibilidade de baixar marcha para ultrapassagens, etc. Mas foi questão de entender o propósito dela e como aproveitar ao máximo as condições que ela dá, afinal de contas, quando me propus a viajar com uma scooter, me preparei psicologicamente para isto e não stressar.


Se eu faria a mesma viagem com a mesma scooter? Só se não tiver outra opção rs.


O OBJETIVO

O objetivo da viagem era conhecer as Missões Jesuítas, e isto foi alcançado com louvor.

É um local especial, que vai além do fato de ser histórico e de linda arquitetura, é uma lição de vida sobre a confiança, a pureza de um povo, a traição, os interesses políticos que se sobrepõe a vida humana.


Recomendo, e pretendo agora conhecer as MISSÕES que estão no Paraguai e Argentina.


AS PESSOAS

Se tem algo que gosto é de conhecer e interagir com pessoas desconhecidas.

Tive a HONRA de conhecer o LEON e sua família; reforçar a amizade com o DOUGLAS de Erechim/RS; conhecer o BORDI, seu Pai o Sr. JOSÉ e toda a galera deles; os funcionários da loja de Santiago, uma cidade que sequer sabia que existia e tantos outros com os quais interagi, dei adesivos do Clube, enfim, pude trocar "2 dedos de prosa".

Mas, mais importante do que conhecer novas pessoas é manter as já conhecidas, reforçando a amizade, um bem muito valioso e tão pouco valorizado nos dias de hoje.

BENTO, TATO, SOLE e os filhos, HARLEY, CRIS BANDEIRA, CHARLES BRAW e GANDA, MICHEL JOHAN, SILVESTRE e ANDRÉIA (mesmo não tendo conseguido chegar à casa deles), amigos que, independente da distância, sempre estão perto do coração.


BERTOLI - O PARCEIRO DA VIAGEM

Viajar com alguém tem sempre dois resultados, ou estraga ou reforça a amizade.

Graças a Deus esta primeira opção nunca acontece comigo.

Já havia dividido a estrada com o BERTOLI na Florida/EUA e Leste Europeu, mas nunca o mesmo quarto.

O fdp ronca como o RAFA (careca) kkkkk

Mas, como disse acima, se mostrou um puta parceiro, bom papo, boa companhia, bom piloto e, acima de tudo, paciente com minha condição de pouca velocidade e dificuldades por conta da minha scooter e ele com um 6 canecos e 1.6 cc.

Embora havíamos conversado longamente sobre a viagem, as motos, a possibilidade de separação durante a mesma por conta disto, ele se mostrou muito sodalício e parceiro, um verdadeiro irmão de estrada.

Valeu BERTOLI, que seja a terceira de muitas outras, mas nas próximas eu com uma moto melhor rs. 



OS GARUPAS

A vocês que me acompanham no blog, obrigado por isto, pelas orações, mensagens de apoio, dicas, etc.

Até a próxima se Deus quiser, e há de querer.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Hora de voltar para casa

Acordamos bem cedo, o tempo havia mudado completamente e as chuvas se avizinhavam.

Como tudo já havia sido previamente guardado e arrumado, tomamos um café e rapidamente estávamos prontos para partir.

O BENTO nos levou até a via principal que chega à fronteira e a chuva começou a cair.

Como havíamos "entrado" oficialmente no país, tínhamos que "sair", o BERTOLI devolveu o permisso dele e eu o carimbo de saída, neste momento a chuva já estava forte.


Os trâmites são simples e rápidos e, pela primeira vez, tenho carimbo do Paraguay no meu passaporte.

Nosso objetivo era chegar a Presidente Prudente para encontramos o SILVESTRE e a ANDRÉIA, um trajeto simples de pouco mais de 400 Kms, algo fácil, senão fosse a chuva.

O trecho de pista simples de mão dupla tem ônibus e caminhão a dar com pau, a chuva não dava trégua e a tudo isto somou-se o vento lateral que judiou DEMASIADAMENTE da VALENTINA e de mim.



O BERTOLI, com a GTL também sofria, mas muito menos obviamente.

Quando paramos em JURANDA/PR, tendo rodado apenas 260 kms em mais de 4 horas, chegamos a um momento decisivo, continuar ou parar.

A cidade mais próxima com infraestrutura era Campo Mourão (70 kms), até o destino ainda 340 kms. E aí?

Eu estava num estado deplorável, encharcado, músculos doloridos e muito inseguro. A valente VALENTINA já dava sinais de cansaço, falha elétrica e mecânica (filtro de ar cheio de água, mas só descobri isto depois).

Já passei por muitos perrengues, calor, frio, chuva, etc., nunca arreguei, mas desta vez não me sentia confortável para continuar.

Ah sim, sentia que estava quase com hipotermia, quando paramos para abastecer eu comecei a tremer descontroladamente, tomei 2 chocolates quentes e nada.

Hora de jogar a toalha.

Chamei a seguradora, comuniquei a pane elétrica e pedi um guincho. enquanto ele chegava fui no banheiro e troquei a roupa molhada por seca, isto ajudou muito a melhorar a temperatura do corpo e voltar ao normal.

O BERTOLI também ponderou muito, mas ele ainda estava seco e a moto dele estava normal, então ele resolveu arriscar e tocar até onde desse, conseguiu chegar a PARAGUAÇU PAULISTA na casa de parentes.

Foi meio enrolado o desenrolar do guincho, mas no final deu tudo certo e, por volta das 5h da madrugada de sexta para sábado cheguei em casa.

Foi o fim de mais uma "viagem do descarrego".

Não foi a chegada mais digna, mas cheguei inteiro, vivo e pronto para outra.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Ciudad del Leste - PY - dia de descanso, compras e passeio de barco

Ir ao Paraguay e não fazer compras é como ir 
a Roma e não ver o Papa.

O BENTO, como sempre, super anfitrião e nos faz nos sentir em casa, realmente ficamos super a vontade e, com certeza, jamais conseguiremos retribuir a hospitalidade que ele sempre nos dispensa.


O mesmo se diz do TATO, já da SOLE .... kkkkk brincadeira, todos são gente finíssimas e recebem muito bem todos que por lá passam.

Enfim, acordamos tranquilamente e tomamos um belo café da manhã, saímos para o centro para fazer compras.



Acreditem, o IPhone lá está mais barato que nos EUA (vi direto na loja da Apple), resisti à tentação e não comprei um novo (graças à DANI que me chamou à realidade rs), comprei apenas um capacete novo e um intercomunicador.

O BERTOLI comprou perfume para a LU e outras coisas de uso pessoal.

Almoçamos numa ótima churrascaria e fomos fazer um delicioso passeio de barco pelo Rio Paraná. Já fiz este passeio várias vezes com o BENTO, mas nunca me canso, é muito gostoso.
















A diferença desta vez foi o prejuízo que tomei ... ao fazer um vídeo fazendo graça para os amigos, perdi os óculos escuros ...






A noite ficamos na companhia do TATO, SOLE e GIOVANA no bar CAPITÃO, o BENTO foi na formatura do afilhado.


Dormimos cedo pois amanhã cedo partiremos para casa e a promessa é de chuva ...

PS. - abaixo o BERTOLI em seu momento HOMO, lavando as scooters para a volta

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Santiago/RS - Ciudad Del Leste/PY - 9h rodando - 3 países

Hoje ficamos realmente cansados, quebrados, sujos e fedidos, mas, como sempre, valeu a pena.

Exatamente as 9:30h saímos da oficina com a Valentina zerada, óleo novo e uma correia de verdade instalada (original e não gambiarra).

Ela voltou ao glamour original.




Seguimos pela BR287 sentido São Borja, estrada boa, pelo menos sem buracos.



Era meio dia quando chegamos na divisa Brasil/Argentina (Ponte Internacional), minha Valentina estava entrando na reserva e resolvemos não arriscar, voltamos para São Borja e abastecemos.



Enquanto abastecíamos as motos um sr. apareceu e começou a falar da 750cc dele que ele queria se livrar, insistiu e nos levou para vê-la.

É uma 7 galo 1990, muito bonita e ele garantiu que está ótima, apesar de não tê-la ligado porque a chave estava não sei onde. Quer 16 mil, mas senti que a venderá por muito menos, se alguém se interessar ... eu passo o contato.

Voltando à viagem, os trâmites de saída foram muito simples, eu com passaporte e o BERTOLI com RG, apresentamos os documentos pessoais e das motos, carimbo para mim e permisso para ele.

Um pedágio de R$ 10,00 por moto e fim, estávamos em terras dos hermanos.



Seguimos pela EN14 direto, sob um sol de 33.5 graus até Posadas (onde teríamos dormido senão fosse a quebra da correia).

Todo o trecho foi de estrada simples, mão dupla, mas sem buracos.

Quando chegamos na ponte que liga a Argentina ao Paraguai havia uma fila bem considerável, mas até que não demorou muito para os trâmites e saímos do país tranquilamente.


Metros à frente, nova Aduana, agora do Paraguai e com trâmites iguais ao anterior, 5 minutos e fim, estávamos na rodovia 6, em Encarnación.



Paramos para abastecer, algo em torno de 54.000 guaranis para encher o tanque.

Neste momento tivemos uma desagradável constatação, um cara com placa do Rio de Janeiro com uma harley pequena parou conosco no semáforo e sequer nos olhou, babaca e prova viva de que "motociclista" não é só ter uma moto.

Comemos um lanche, tomamos gatorade e seguimos.

As estradas do Paraguai são chatas, sem curvas e com algumas lombadas, mas tudo compensa pela simpatia do povo que nos cumprimenta e estão sempre sorrindo.

O TATO e a mala da mulher dele (SOLE) avisaram que viriam nos encontrar, então ficamos esperto para quando iríamos cruzá-los.

Logo após um túnel natural formado por árvores enormes eu os avistei, claro que o TATO não nos viu, mas a SOLE não perde nada kkkk.

Rodamos juntos mais de 150kms e, no meio do trânsito intenso de Ciudad Del Leste no auge do rush, conseguimos chegar sãos e salvos no BENTO'S RESORT.

Durante todo este trajeto algo não teve como passar desapercebido - COMO A SOLE FALA, PQP, O TEMPO TODO FALANDO PELO INTERCOMUNICADOR E GESTICULANDO NA GARUPA DO POBRE TATO, este vai direto para o céu, sem escala.

No Bento's Resort tivemos aquele atendimento de qualidade padrão, cerveja gelada, piscina, bom papo e muita diversão.

Agora o BENTO colocou um avental em homenagem a um "amigo" dele que mora na Europa ... e está assando um dourado para jantarmos.

A idéia inicial é irmos embora amanhã, mas ...