sábado, 4 de agosto de 2018

8º dia – Campo de Concentração de Auchwitz - 04/08/2018


Meu, que lugar estranho, não acho adjetivo para ser exato, vários vem à minha cabeça, mas nada conclusivo.

Vou então tentar relatar minha experiência neste local.

Não é 1 campo só, são alguns.

Fomos direto no maior, onde ficava a “galera”, é algo gigantesco, haviam centenas de barracões para os judeus e prisioneiros ficarem (não só judeus morreram no holocausto), cada barracão era para 400 pessoas em média, pelas fotos vocês entenderão a magnitude disto.

No centro do barracão tinha uma espécie de duto para que todos ficassem quentes no inverno, lembrando que o inverno aqui é rigoroso.

Nos fundos tinham os crematório, locais gigantes para queimar corpos aos montes.

Aliás aumentativo é tudo por lá, números são na casa dos milhões em tudo.

O local chega a ser belo aos olhos pela organização e limpeza, se não fosse o que foi.

Andamos pelo campo quase todo cruzando com grupos de diversas nacionalidades.

Cansados de tanto caminhar voltamos para a van e fomos para o Museu de Auchwitz que é onde fica a parte mais principal do campo e onde tem o famoso letreiro "Arbeit Macht Frei" (trabalho liberta, em tradução livre).

Antes vamos às reclamações, pega-se uma fila gigante para comprar os tickets (50 dinheiros locais) sob o sol escaldante, não há cobertura, informações, nada.

Depois de quase 1 hora sob o sol (o Estevam ficou 100% do tempo na fila) sabe-se que precisa levar, por escrito, o nome de cada um dos que irão entrar.

Mas não acaba por ai, so tem 2 caixas que tem que digitar nome por nome no computador e depois escreve-los num papelzinho que deve ser colado no peito. Tudo muito medieval.

Feito isto ganha-se o ticket do pagamento e o tal papelzinho.

Passa-se por 2 momentos onde funcionários conferem os dois itens e depois você tem que passar num detector de metais.

Mochilas ou malas só bem pequenas, tanto que a do Germano (tipo uma pochete gigante) não passou e ele teve que leva-la para o carro.

Nesta altura do campeonato o Lino já rasgou e disse q não entraria pela falta de respeito com o consumidor.

Como o Germano ia voltar, levou consigo os tickets de entrada que estavam grampeados pela funcionária do guichê que os vendeu.

Os últimos funcionários são os que entregam os fones de ouvido para se ouvir o guia e este, de novo, querem ver os 2 itens.

Expliquei que o Germano havia levado, etc., etc., etc.

3 jovens, sem muita boa vontade, apenas informaram que, sem o ticket (lembrando que estávamos com o auto colante) não podiam liberar os fones e a entrada.

Esperamos, esperamos até que nosso grupo saiu, eu então fui, novamente explicar e obtive a resposta que eles não tinham culpa de não estarmos mais com os tickets, que se quiséssemos podíamos voltar e pegar o dinheiro de volta.

Ai fiquei maXo e comecei a falar um monte e, no auge do stress, o Germano volta com o papel e diz que também ficou de saco cheio e que não iria entrar.

Ah, não tive dúvidas, mostrei o papel e falei em bom inglês para enfiarem lá o maldito papel, a moça reclamou do palavrão e disse que ali era um local público, ouviu um alto e sonoro fuck of, e sugeri que ela repetisse ao chefe dela a incompetência de todo o sistema de um local que prega o respeito à dignidade da pessoa humana.

Enfim, entramos!!!

O local é, novamente, muito belo aos olhos e, senão fosse por tudo o que lá aconteceu, seria algo bem legal.

Na entrada tem logo o letreiro acima citado, era uma enganação, pois diziam aos judeus arrebanhados por toda a Europa que lá eles iam trabalhar, alias, diziam para levarem suas coisas pessoais e cobravam a viagem.

Como disse o guia, eles pagavam a viagem que os levaria à morte.

Já quando saiam do trem eram selecionados, os “melhores” (doutores, intelectuais, com alguma habilidade especial, etc.) iam para um lado, o “resto” para a câmara de gás – direto.

Os com mais sorte, ou porque eram mais fortes, iam para os trabalhos forçados.

A maioria esmagadora dos prédios foram construídos por esta galera.

Os prédios eram divididos de acordo com sua finalidade, hospital, administrativo, gravidas, experimentos, punições, etc.

Gravidas – vários experimentos médicos/científicos foram feitos lá, tipo dissecar, viva vou morta, gravidas e seus bebes; matar bebes assim que nasciam para abri-los; abri-los vivos; etc.

Crianças – pegavam gêmeos e, por exemplo, infectavam apenas um com um vírus X e o deixavam para morrer, quando isto ocorria, matavam o outro imediatamente para abri-los e fazerem comparações.

Parece doentio, mas para eles era ciência, e muito do “aprendido”, é usado até hoje.

O ultimo prédio do lado esquerdo era para punições. Entramos mas não se pode fotografar.

São celas minúsculas e os presos ficavam lá cada qual com sua punição, alguns sem agua e comida até morrer, outros com quase nada até morrer, outros sei lá como até morrer e assim vai.

Entramos numa cela que já era pequena, dentro dela tinham outras 3 com portinhas pequenas para se entrar de 4, dentro cabem, apertados, 4 adultos de pé e era isto, 4 presos ficavam lá ... até morrerem.

Os nazistas não matavam apenas, eles judiavam, e muito.

Ah, do lado de fora deste pavilhão tem o paredão de fuzilamento, foto abaixo.

Num dos pavilhões tem as “provas” do que houve lá para calar a boca daqueles que dizem que o holocausto é um engodo.

Tem, por exemplo, milhares de quilos de cabelos femininos, algo que sobrou das formalhas; centenas de milhares de sapatos de crianças e adultos; próteses ortopédicas; malas e mais malas; além de fotos, é claro.

várias histórias foram contadas, algumas se destacam como:

- duas traves, nelas 20 prisioneiros foram enforcados porque 3 deles tentaram fugir;

- uma belíssima casa, onde morava o comandante 02 do campo, depois da guerra ele foi julgado e condenado à forca, foi enforcado na frente da casa numa trave feita exclusivamente para isto;

- um corredor chamado "zona livre" ou algo assim, neste ponto o prisioneiro podia ir e olhar para o guarda que o executaria com um tiro, ou ele dar mais 1 ou 2 passos, encostar no arame farpado e ser eletrocutado, noutras palavras, era um ponto de suicídio.

Realmente o local foi uma filial do inferno na terra, mas o mais triste é saber que locais assim ainda existem nos confins do nosso planeta em guerras que a mídia não tem interesse em mostrar.

Enfim, é um local para ser visitado 1 única vez na vida e aprender a lição de como o ser humano pode ser FDP.


videos no www.youtube.com/czroliveira

fotos














































































































































































































































































Um comentário:

  1. Pois é filho, penso ir um dia neste local e é como você disse:- infelizmente tudo isso foi realidade, para vergonha da humanidade. Grande beijo e que Deus esteja contigo.

    ResponderExcluir

ao postar seu comentário, não se esqueça de incluir seu e-mail para futuro contato ou resposta.
Obrigado.