Meu,
que lugar estranho, não acho adjetivo para ser exato, vários vem à minha cabeça,
mas nada conclusivo.
Vou
então tentar relatar minha experiência neste local.
Não
é 1 campo só, são alguns.
Fomos
direto no maior, onde ficava a “galera”, é algo gigantesco, haviam centenas de
barracões para os judeus e prisioneiros ficarem (não só judeus morreram no
holocausto), cada barracão era para 400 pessoas em média, pelas fotos vocês entenderão
a magnitude disto.
No
centro do barracão tinha uma espécie de duto para que todos ficassem quentes no
inverno, lembrando que o inverno aqui é rigoroso.
Nos
fundos tinham os crematório, locais gigantes para queimar corpos aos montes.
Aliás
aumentativo é tudo por lá, números são na casa dos milhões em tudo.
O
local chega a ser belo aos olhos pela organização e limpeza, se não fosse o que
foi.
Andamos
pelo campo quase todo cruzando com grupos de diversas nacionalidades.
Cansados
de tanto caminhar voltamos para a van e fomos para o Museu de Auchwitz que é
onde fica a parte mais principal do campo e onde tem o famoso letreiro "Arbeit
Macht Frei" (trabalho liberta, em tradução livre).
Antes
vamos às reclamações, pega-se uma fila gigante para comprar os tickets (50 dinheiros
locais) sob o sol escaldante, não há cobertura, informações, nada.
Depois
de quase 1 hora sob o sol (o Estevam ficou 100% do tempo na fila) sabe-se que
precisa levar, por escrito, o nome de cada um dos que irão entrar.
Mas
não acaba por ai, so tem 2 caixas que tem que digitar nome por nome no computador
e depois escreve-los num papelzinho que deve ser colado no peito. Tudo muito
medieval.
Feito
isto ganha-se o ticket do pagamento e o tal papelzinho.
Passa-se
por 2 momentos onde funcionários conferem os dois itens e depois você tem que
passar num detector de metais.
Mochilas
ou malas só bem pequenas, tanto que a do Germano (tipo uma pochete gigante) não
passou e ele teve que leva-la para o carro.
Nesta
altura do campeonato o Lino já rasgou e disse q não entraria pela falta de
respeito com o consumidor.
Como
o Germano ia voltar, levou consigo os tickets de entrada que estavam grampeados
pela funcionária do guichê que os vendeu.
Os
últimos funcionários são os que entregam os fones de ouvido para se ouvir o
guia e este, de novo, querem ver os 2 itens.
Expliquei
que o Germano havia levado, etc., etc., etc.
3
jovens, sem muita boa vontade, apenas informaram que, sem o ticket (lembrando que
estávamos com o auto colante) não podiam liberar os fones e a entrada.
Esperamos,
esperamos até que nosso grupo saiu, eu então fui, novamente explicar e obtive a
resposta que eles não tinham culpa de não estarmos mais com os tickets, que se quiséssemos
podíamos voltar e pegar o dinheiro de volta.
Ai
fiquei maXo e comecei a falar um monte e, no auge do stress, o Germano volta
com o papel e diz que também ficou de saco cheio e que não iria entrar.
Ah,
não tive dúvidas, mostrei o papel e falei em bom inglês para enfiarem lá o
maldito papel, a moça reclamou do palavrão e disse que ali era um local público,
ouviu um alto e sonoro fuck of, e sugeri que ela repetisse ao chefe dela a incompetência
de todo o sistema de um local que prega o respeito à dignidade da pessoa
humana.
Enfim,
entramos!!!
O
local é, novamente, muito belo aos olhos e, senão fosse por tudo o que lá
aconteceu, seria algo bem legal.
Na
entrada tem logo o letreiro acima citado, era uma enganação, pois diziam aos
judeus arrebanhados por toda a Europa que lá eles iam trabalhar, alias, diziam
para levarem suas coisas pessoais e cobravam a viagem.
Como
disse o guia, eles pagavam a viagem que os levaria à morte.
Já
quando saiam do trem eram selecionados, os “melhores” (doutores, intelectuais,
com alguma habilidade especial, etc.) iam para um lado, o “resto” para a câmara
de gás – direto.
Os
com mais sorte, ou porque eram mais fortes, iam para os trabalhos forçados.
A
maioria esmagadora dos prédios foram construídos por esta galera.
Os
prédios eram divididos de acordo com sua finalidade, hospital, administrativo,
gravidas, experimentos, punições, etc.
Gravidas
– vários experimentos médicos/científicos foram feitos lá, tipo dissecar, viva
vou morta, gravidas e seus bebes; matar bebes assim que nasciam para abri-los;
abri-los vivos; etc.
Crianças
– pegavam gêmeos e, por exemplo, infectavam apenas um com um vírus X e o
deixavam para morrer, quando isto ocorria, matavam o outro imediatamente para
abri-los e fazerem comparações.
Parece
doentio, mas para eles era ciência, e muito do “aprendido”, é usado até hoje.
O
ultimo prédio do lado esquerdo era para punições. Entramos mas não se pode
fotografar.
São
celas minúsculas e os presos ficavam lá cada qual com sua punição, alguns sem
agua e comida até morrer, outros com quase nada até morrer, outros sei lá como
até morrer e assim vai.
Entramos
numa cela que já era pequena, dentro dela tinham outras 3 com portinhas
pequenas para se entrar de 4, dentro cabem, apertados, 4 adultos de pé e era
isto, 4 presos ficavam lá ... até morrerem.
Os
nazistas não matavam apenas, eles judiavam, e muito.
Ah,
do lado de fora deste pavilhão tem o paredão de fuzilamento, foto abaixo.
Num
dos pavilhões tem as “provas” do que houve lá para calar a boca daqueles que
dizem que o holocausto é um engodo.
Tem,
por exemplo, milhares de quilos de cabelos femininos, algo que sobrou das formalhas;
centenas de milhares de sapatos de crianças e adultos; próteses ortopédicas; malas
e mais malas; além de fotos, é claro.
- uma belíssima casa, onde morava o comandante 02 do campo, depois da guerra ele foi julgado e condenado à forca, foi enforcado na frente da casa numa trave feita exclusivamente para isto;
- um corredor chamado "zona livre" ou algo assim, neste ponto o prisioneiro podia ir e olhar para o guarda que o executaria com um tiro, ou ele dar mais 1 ou 2 passos, encostar no arame farpado e ser eletrocutado, noutras palavras, era um ponto de suicídio.
Realmente
o local foi uma filial do inferno na terra, mas o mais triste é saber que locais
assim ainda existem nos confins do nosso planeta em guerras que a mídia não tem
interesse em mostrar.
Enfim,
é um local para ser visitado 1 única vez na vida e aprender a lição de como o
ser humano pode ser FDP.
videos no www.youtube.com/czroliveira
fotos
Pois é filho, penso ir um dia neste local e é como você disse:- infelizmente tudo isso foi realidade, para vergonha da humanidade. Grande beijo e que Deus esteja contigo.
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