Nada como a nossa casa!
Sim, sei
que estou há mais de 1.500 kms de São Paulo, mas estou no Brasil e isso faz
muita diferença.
Um dia o Renatão (Renato
Capistrano) me disse “o mato de um lado é igual ao do outro, o cachorro que
anda aqui atravessa para lá, o vento que sopra aqui passa para lá, mas lá não é
nossa casa”. Ele estava coberto de razão.
Já cruzei as fronteiras do Brasil
algumas vezes, mas sempre pelo ar, então é diferente, eu não passo a fronteira,
eu aterrizo lá.
Quando se sai e quando se entra,
rodando, a coisa muda, dá para ver o Brasil chegando e isso é emocionante. Ver a
placa Bem Vindo ao Brasil foi show, é como recuperar a identidade, sei lá.
Bom, vamos ao relato do dia, pois
comecei do fim.
Acordei com o Guli se arrumando,
disse ele que eram 6 horas da manhã, a preguiça o pegou e ele dormiu um pouco
mais, mesmo porque estava chovendo e eu o aconselhei a esperar mais uns
minutos.
Eu estava tão cansado que quase não
vi quando ele levantou e se arrumou definitivamente.
Esqueci de dizer que ontem fiquei
até de madrugada tentando passar o mapa do GPS dele para o meu, pois o dele tem
o interior das cidades, e o meu só tinha as rodovias.
Fiz das tripas coração e nada,
porém sonhei em fazer o óbvio – CTRL C/CTRL V – em tudo ... e não é que
funcionou?
Tudo bem que o GPS só lê o mapa
dele ou só lê os meus, deve ser incompatibilidade, sei lá, mas funcionou.
Fiz um roteiro básico passando
por Montevidéu e Punta del este terminando no Chuy (com Y é Uruguai e com I é
Brasil).
E lá fui eu, é estranho rodar
totalmente sozinho por terras desconhecidas, eu já tive esta experiência nas
terras do Tio Sam então revivi o frio que dá na barriga, a sensação de completa
solidão, fora o medo de acidente, etc.
Mas o que há de fazer??? Let’s
ride!!!
As distancias eram curtas, então
logo estava em Montévideu. Não vi nada demais, deu um role pelo centro, bairros
e sai sentido Punta.
A estrada é autopista, então é
plantação e nada mais.
Punta fica no Estado de
Maldonado, que é bem chiquetoso, com placas, asfalto bom, etc.
Já em Punta segui o conselho do
meu irmão e fui até o “Museo Taller de Casaqueblo”, é um lugar maravilhoso, um
penhasco com vista para os dois lados, muito show, tirei várias fotos.
Desci e rodei pela orla, que é
bem chique, como me disseram, uma mini Miami.
Obviamente que passei na porta do
Cassino Conrad e na “mão de Deus”, já que não deu para passar na outra mão
(Antofagasta), fiz 50% do serviço rs.
Saindo de Punta (num transito
complicado e cheio de carrões), segui por uma estrada linda, toda arborizada,
de mão dupla e curvas suaves, daquelas que pedem para você acelerar.
Depois voltei à autopista e, ao
parar em Rocha para um lanche, conheci um casal de Mauá com uma V Strom 1000
que estavam vindo da Carreteira Austral, juntos seguimos por uns quilômetros,
mas como eles mantinham a velocidade de 130 kms/h, comecei a ficar com sono. Me
despedi em movimento mesmo e disparei.
Há pouco mais de 40 kms antes do Brasil
um guarda me parou (era para fechar com chave de ouro, afinal de contas não fui
abordado uma vez sequer – no Peru a abordagem foi no Guli).
De forma muito gentil e educada,
falando um bom português, ele me disse que eu estava acima da velocidade, pediu
meus documentos e me convidou a ir à viatura.
Já sei o que vocês estão
pensando, mas calma (sou da Zona Leste, lembram?)
Quando ele me pediu os
documentos, além da habilitação eu dei minha carteira de jornalista, e isso o
impressionou, pois me perguntou sobre o que escrevia, etc.
Ele me mostrou a velocidade de
146 kms/h na sua ... no seu aparelho medidor (se dissesse pistola um monte de
sacanas iriam me zuar), “um absurdo”, pensei, pois eu estava a bem mais de
180!!!!
Enfim, ele me explicou o
procedimento, teria que me autuar e, por eu ser estrangeiro, teria que ir a um
posto policial para pagar a multa antes de sair.
O valor da multa seria algo em
torno de R$ 900,00 por conta da velocidade, e para piorar minha situação, o
posto para pagamento era para trás ...
Mas foi além, me explicou o
gentil miliciano que no Uruguai os policiais recebem uma porcentagem de 20% das
multas que aplicam, com isso não é vantajoso para eles deixarem de punir os
infratores.
Ele me falando isso e eu com cara
de “e????” – faltou o Guli para soltar o “pero que si, pero que no” kkkk
Enfim, após ele falar tudo o que
tinha para falar, eu continuei lá, parado, aguardando uma ação do guarda.
Diante da minha completa ausência
de manifestação, pelo contrário, confessei meu abuso de velocidade e lamentei
que o local de pagamento era para trás, o guarda foi legal comigo, disse que eu
era gente fina, e que me liberaria sem punição alguma.
Agradeci e ainda lhe presenteei
com um adesivo do Carpe.
Ah, ele me disse para tomar
cuidado pois, após ele, poderiam haver outros policiais, mas não com tão bom
coração como ele.
Como a sorte não aparece 2 vezes
num único dia, preferi não arriscar e continuei sem passar dos 140.
Enfim, cheguei ao Brasil, agora
era a hora de postar o texto do início ...
Continuando – rodei pelo Chui e
percebi que é uma zona total, escolhi um hotel no centro (internacional), por
R$ 98,00 com café da manhã, internet, garagem fechada e coberto com quarto sem
ar condicionado.
Terminando este texto vou descer
para um lanche e voltar para dormir, pois amanhã acordo cedo para ir a Porto
Alegre.
Valeu pessoal.
Abraços
Cezinha
começo do dia
agora sim me senti no Uruguai
segurança e conforto é tudo na vida de uma pessoa
acidente básico
parece uma pintura
e rodam que é uma beleza, o cidadão da foto tem um irmão dono de loja de móveis antigos na zona sul de sp ... disse ele!
Maturana, não sabia que você tinha negócios aqui!!! rs
Montevideo
opa, será a inspiração da novela?
um local na beira da pista
sim, nosso Atlântico
o "Museo"
Cidade de Maldonado
Miami
achei engraçado o dizer do GPS
esta ponte é louca
pobres
estradinha linda
olha o que achei num posto de gasolina
ache o do seu clube
menos de 10 minutos para chegar
Cheguei!
acho que vou dar uma esticadinha
Fim ...
ops, fim não, amanhã tem mais.
Show, parabéns!
ResponderExcluirAle Crippa
valeuuu
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